Nasci no seio de uma família religiosa que ainda reside na cidade de São Paulo.
Filha de um casal de imigrantes judeus tchecos que, fugindo da fúria alemã, aportaram em São Paulo na esperança de encontrarem um lugar de repouso e descanso onde pudessem criar livremente seus filhos, mesmo que a saudade dos parentes e da terra natal ficasse marcada em seus corações para sempre.
Como a maioria dos imigrantes judeus eles chegaram ao país com mínimos recursos financeiros, mas esperançosos de atingirem seus objetivos profissionais e, como não dominavam a língua, procuraram ajuda com patrícios que aqui residiam a fim de conseguirem de alguma forma iniciar suas atividades.
Meus pais são oriundos de famílias ortodoxas e, portanto, passaram aos filhos os mesmos princípios e tradições nas quais foram criados e isso significa que o amor, a responsabilidade e a rigidez no cumprimento desses princípios andavam lado a lado e com pesos equivalentes.
Quando meus avós desembarcaram no porto de Santos não tinham a menor ideia do que fariam para sobreviver ou como educariam os filhos e se conseguiriam ou não se adaptar aos costumes locais.
Minha mãe e meu pai se conheceram ainda no navio que os trouxe e eram muito jovens quando chegaram ao Brasil. Durante a viagem surgiu entre eles o desejo de estarem juntos, de construírem uma história na nova terra e em poucos anos estavam casados.
Dessa união nasceram 2 filhos e 3 filhas, das quais eu fui a última; a caçula na qual decidiram colocar o nome de uma das matriarcas do povo judeu.
Aquele ano de 1977 havia sido especial para meus pais, porque além do sucesso profissional a providência divina os havia brindado com o nascimento de mais dois netos, filhos de minhas irmãs e que alegrariam em muito a vida de todos na família e foi nesse clima de amor e festa que fui gerada. Como minha mãe costumava dizer eu era a “raspa do tacho”, não que fosse indesejada, mas que não havia sido “programada” para vir ao mundo. Apesar de estar com 34 anos na época em que nasci, ela não entendia ser uma boa idade para estar com uma criança nos braços. Ela já havia passado por tantas situações difíceis e apesar da estabilidade adquirida nos negócios familiares preferia que eu tivesse nascido alguns anos antes.
Apesar dos temores, sua gestação foi tranquila em relação às anteriores e meu nascimento estava programado para o final do ano. Quem sabe, dizia ela, a criança não nasça no período de Chanuká, a festa das luzes? Assim como foi o milagre que deu origem à festa eu peço ao Eterno que ela também seja uma criança iluminada, cheia de brilho próprio e que todos sejam beneficiados por sua claridade, não importando o sexo que tenha.
E assim como esperava as contrações aumentaram sobremaneira naquele dia 22 de dezembro de 1977 e ela foi conduzida ao hospital para que eu pudesse nascer. Como era seu temor, ela não tinha a dilatação necessária e como eu não conseguisse sair, os médicos optaram por realizar uma operação cesariana. Ao final daquele dia vim ao mundo e fui depositada nos braços de minha mãe que me abençoou e a partir daquele momento me amou com uma intensidade muito grande.
Éramos e somos companheiras até hoje.
Apesar da criação rígida, posso afirmar que minha infância foi a melhor possível. Adorava ajudar minha mãe na preparação para o Shabat e para as grandes festas. Lembro-me de quando ainda jovem ela me ensinou as primeiras rezas e principalmente como acender as velas para o início do Shabat.
Ainda na infância fui matriculada em um tradicional colégio judaico da capital paulista e foi lá que conheci os amigos que hoje compartilham de forma especial a minha vida.
Eu e a Paula temos uma pequena diferença de idade, dez meses, mas como éramos nascidas no mesmo ano fui matriculada na classe em que ela estudava e desde aquela época nos tornarmos grandes amigas. Dividíamos a mesma carteira e sempre que possível estávamos juntas fora do colégio.
Ela sempre foi mais expansiva do que eu e facilmente se enturmava com o restante do colégio e principalmente com os meninos.
Eu, talvez por ser a caçula da casa, recebia um cuidado e uma “marcação” cerrada por parte de meus pais e irmãos mais velhos. Ao contrário de grande parte de minhas amigas eu não fui uma adolescente que gostasse de namorar, preferia estudar e principalmente ler. Lia tudo o que aparecia pela frente e foi nesse período que me apaixonei por poesias. Gostava não apenas de lê-las, mas também de escrevê-las. Não que eu fosse uma boa “poetisa”, mas gostava de escrever o que sentia e tinha certa facilidade para isso.
Sabendo disso, muitas garotas e também garotos me procuravam para que escrevesse algumas linhas que fossem para seus amores, tentando assim cativar-lhes o coração.
Apesar de o colégio ter seu próprio uniforme, o meu era um pouco maior do que o das meninas, pois meus pais e principalmente minha mãe não queriam que eu fosse “comparada” a algumas meninas “avançadinhas” demais para os costumes tradicionais, sendo assim, minha aparência não tinha muitas chances de agradar aos garotos.
Muito embora não tivesse nenhuma intenção de chamar a atenção dos outros estudantes eu sempre acabava rodeada pelos colegas, quer fossem garotos ou garotas e, apesar de ficar feliz com isso, de modo algum me envaidecia, pois ao completar quinze anos eu nem ao menos havia beijado sequer um garoto na boca.
Foi com essa idade que o Mauricio, hoje marido da minha amiga Paula, me pediu em namoro. Dizia que me achava bonitinha e atraente, apesar das roupas “fora de moda”. Pedi uma semana para pensar e decidi aceitar e foi assim que começamos a namorar.
O Mauricio era dois anos mais velho do que eu e estava naquela fase em que os garotos só pensam em sexo e com ele não era diferente. Quando nos beijávamos ele sempre queria algo mais, que eu nunca lhe concedi. Depois de um ano de namoro ele dizia que “seria bom nos conhecermos melhor e para isso deveríamos explorar nossos corpos com mais intensidade”, trocando em miúdos ele queria transar comigo e eu disse que isso só ocorreria quando eu casasse. Então pedia para que minhas “carícias” fossem mais explicitas e localizadas, ou seja: ele queria que eu ficasse alisando o seu membro por fora da calça. Confesso que muitas vezes me senti tentada a ceder às suas investidas, mas me mantive firme e até fiz alguns carinhos onde ele queria, mas sem que ele o tirasse das calças. Como era de se esperar, nosso namoro chegou ao fim, mas continuamos amigos.
A Paula, sabendo disso e querendo muito estar com ele começou a namorá-lo e com certeza as investidas sobre ela foram as mesmas.
Naquele mesmo ano, o Pedro me pediu em namoro. Dessa vez não precisou esperar uma semana. No dia seguinte aceitei e começamos a namorar. O Pedro era mais comedido do que o Mauricio, mas também não se dava por vencido em relação às carícias. Assim como o Mauricio ele também desejava me conhecer melhor antes de um possível compromisso mais sério. Como o Mauricio, o que ele conseguiu foram apenas aquelas carícias por fora da calça.
Eu alisava o seu membro e ficava imaginando o dia em que eu não resistiria e desejaria tê-lo em mim. Não foram poucas as vezes em que tive que me controlar para não ceder às suas cantadas.
Naquele mesmo ano terminamos o namoro.
Aos dezesseis anos eu já tinha namorado dois garotos e me achava muito “experiente” em assuntos do coração e foi depois da separação com o Pedro que para minha surpresa apareceu o Marcelo.
Os três sempre foram muito amigos, estavam juntos o tempo todo, pois eram do mesmo período escolar.
Aquele garoto moreno, de encantadores e brilhantes olhos castanhos esverdeados e sempre com um sorriso aberto por entre os lábios veio durante o intervalo das aulas e se declarou apaixonado por mim. Dizia estar esperando por mim desde quando eu namorava o Mauricio e que tivera certo receio de se aproximar e não ser aceito por mim.
Ele pegou as minhas duas mãos e disse olhando nos meus olhos: “Ká eu amo você e sei que apesar de ainda sermos tão jovens, quero passar o resto de minha vida ao seu lado. Você gostaria de namorar comigo? Você não precisa responder agora meu amor, eu espero o tempo que for preciso e mesmo que a resposta seja negativa vou esperá-la e mostrar que meu sentimento por você é sincero”.
Ao contrário das outras vezes, eu não precisei ir para minha casa pensar se deveria aceitar ou não. Enquanto ele falava meu coração disparou como nunca acontecera. Eu queria falar, mas as palavras não saiam da minha boca.
Ele, temeroso e entendendo que minha reação era contrária, disse que aceitava minha decisão e que meu silêncio era a resposta de que ele deveria esperar mais algum tempo.
Ainda olhando em seus olhos disse: Marcelo eu não preciso esperar para te dar uma resposta. Enquanto você falava, eu sentia o calor dos apaixonados em meu corpo e isso só pode ser um sinal de que você está sendo sincero e que embora o visse sempre como colega de colégio, hoje percebo que o que sinto em relação a você é muito maior. Não sei se vamos viver o resto de nossas vidas juntos, mas nesse momento tenho a certeza de que enquanto durar quero estar ao seu lado também. Eu quero namorar com você.
Seu semblante tornou-se ainda mais lindo aos meus olhos. Ele me abraçou e nos beijamos e senti em seu beijo o que nunca havia sentido antes: uma verdadeira paixão.
Namoramos cerca de dois anos e apaixonados como estávamos decidimos nos casar no mês de abril de 1995.
Ao contrário do Mauricio e do Pedro, o Marcelo nunca tentou investidas para transarmos antes do casamento. Certamente nossos beijos e caricias eram de eternos namorados e muitas vezes eu desejei tomar a iniciativa para intensificarmos esses carinhos e quem sabe até nos despirmos, mas ele, assim como eu, queria que nossa primeira vez fosse especial, que nossa primeira vez fosse realizada com a bênção de D’us e de nossos pais e não queria estragar isso de forma alguma.
Casamos e fomos viajar para nossa lua de mel.
Escolhemos um local agradável e quente. Fomos passar nossa lua de mel nas praias do Nordeste brasileiro.
Nossa felicidade era inenarrável. Parecia que tínhamos sido criados um para o outro.
Minha primeira vez foi realmente especial. Estava linda aguardando o meu amado e, como eu havia idealizado e sonhado, tudo aconteceu naqueles instantes em que me acariciando o Marcelo foi tirando minha roupa e declarando seu eterno amor por mim.
Foi paciente e carinhoso como se eu fosse um diamante precioso em suas mãos, uma joia de raro valor que precisava ser cuidada, adorada e amada.
Ficamos um mês fora e quando voltamos todos puderam notar que meu semblante estava diferente, radiante, em outras palavras: apaixonadamente diferente. Minhas primas e amigas brincaram comigo dizendo que eu devia ter gostado da vida de casada e que pelo brilho de meus olhos e pela maneira como eu estava certamente não daria mais folga para o Marcelo. De fato elas acertaram. Desde a nossa primeira vez até hoje nos amamos intensamente, procuramos de todas as formas satisfazer o outro em primeiro lugar. Temos uma entrega e cumplicidade que desejo para todos os casais.
Passados dezoito anos de casamento, que completaremos ainda nesse mês de abril, posso afirmar que continuamos a nos amar da mesma forma e talvez até com mais intensidade, porque hoje, desprovidos de tabus e preconceitos exploramos cada parte de nossos corpos, realizando nossos desejos de forma equilibrada, embora apaixonada.
Ao longo da vida passamos por situações que de certa forma alteram nossa visão de mundo e têm o poder de transformá-la completamente para melhor ou para pior.
Durante os últimos oito anos pudemos desfrutar de momentos maravilhosos em companhia de amigos queridos que apesar de se conhecerem desde a infância nunca haviam ultrapassado a tênue linha que separa a amizade do desejo.
Em um determinado momento de nossas vidas conseguimos ultrapassar essa linha divisória e nos entregamos a diversas experiências que nos aproximaram ainda mais.
O “Blog da Kátia” é fruto de nossas experiências vividas nesse período.
Eu o convido através da leitura dos contos e poemas nele contido a se transportar para os locais e situações experimentadas por mim e por meus amigos.
Foi escrito em linguagem simples sem nenhuma preocupação literária, apenas a de narrar os acontecimentos como de fato aconteceram.
Todos os textos nele existente são de minha autoria; constam no Blog “Louco Desejo” acrescido por textos inéditos que refletem os sentimentos e sensações que experimentei em cada uma das situações pelas quais passei. Os poemas, como poderão observar, têm sempre um destinatário: Marcelo, meu marido, a quem demonstro todo meu amor, principalmente em períodos nos quais se ausentava por motivos profissionais e mostram como me sentia no momento em que os escrevi.
Espero que vocês possam se deliciar com cada um dos relatos e poemas aqui descritos.
Para facilitar a pesquisa numerarei os textos para que todos acompanhem cronologicamente cada experiência.
A todos vocês o meu muito obrigado, que vocês possam fazer de suas vidas algo especial a ser lembrado com carinho e amor no futuro que nos está reservado.
O “Blog da Kátia” nasceu do desejo de criar um espaço onde aparecesse apenas as minhas experiências, um local personalizado.
No Blog “Louco Desejo” postaremos, além de minhas experiências, as experiências vividas por amigos reais e virtuais que me enviam um resumo de seus relatos e me pedem para revisá-los e transformá-los em contos e posteriormente postá-los no Blog. Não deixem de conferir.
Desejo a todos uma excelente leitura.
Kátia
Amiga linda vamos te seguir por aqui agora,beijos .....
ResponderExcluirObrigada meu amor. Beijos
ExcluirAMIGA PAGINA DE TIRAR O FOLEGO JA TO ADORANDO PARABENS
ExcluirOi amiga!Que pagina maravilhosa hein!Hum!Vejo que vou adorar rsr..Beijusss
ResponderExcluirObrigada amiga deliciosa, enho certeza que vai adorar e.... muito. Obrigada por ser minha primeira seguidora. Beijão bem gostoso e aquelas lambidinhas que você adora.
Excluirolá Kátia vou está com vc e uma delicia seguir vc bjos.
ResponderExcluirOlá meu amor, tudo bem? Obrigada pelo carinho e por me seguir nesse espaço. A princípio pode parecer que os textos serão os mesmos do blog "Louco Desejo", mas não serão. Eles aparecerão em sua ordem cronológica, mas serão acrescentados por novos textos, pois fazem parte de um projeto maior. Amanhã vou postar qual foi minha reação diante da minha primeira vez com meu marido e meus dois ex. É só aguardar e conferir. Beijão
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Kátia, aproveitando um tempinho livre antes do embarque... rsrsrs. Primeiramente meus parabéns pelo ótima introdução que fez. Daqui em diante vou navegando e curtindo cada um dos maravilhosos momentos pelos quais vcs passaram. Vc sabe que não sou marinheiro de primeira viagem nas suas letras, mas será muito bom recordar textos antigos e conhecer as novidades. Um beijo especial do seu amigo.
ResponderExcluirSr. E
PS.: Abraço ao Marcelo
Obrigada pela visita meu amor. Você sabe o quanto gosto de você e de nossas conversas. Adoro seus comentários e sei que eles valorizarão ainda mais esse humilde espaço.
ExcluirTenha uma ótima viagem e curta bem os prazeres e a beleza das praias de Floripa.
Beijos bem gostosos!
PS: o Marcelo agradeceu o abraço e retribuiu, mas preferi dar um delicioso beijo no meu amor ao invés de apenas abraçá-lo.
Olá, tudo bem??? Bom, já estou de volta ao batente. Não queria não, mas não teve jeito, não é mesmo???? kkkkkkkkkkk
ExcluirE já voltei a "perambular" pelo blog... hehehe
hummmm... então vc trocou o abraço por um delicioso beijo??? Muito bem. Ótima mudança... kkkkkkkkk
bjs
Sr. E